Luiz-Olyntho Telles da Silva Psicanalista

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DADOS BIOGRÁFICOS

Nasci em 1943, graduei-me em Psicologia em 1967 e me dedico à Psicanálise desde 1965, quando iniciei minha análise pessoal. No início de minha carreira trabalhei muito com grupos e ensinei na Universidade (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul) até 1979 quando abandonei estas atividades para dedicar-me exclusivamente à prática psicanalítica. Antes, no início dos anos 70, fiz ainda um curso de mestrado em Psicologia da Educação, o qual foi muito importante para mim no sentido de organizar um pouco os meus conhecimentos.

Minha primeira análise, com o Dr. Paulo Brandão, durou cerca de doze anos. Após uns quatro anos do que se poderia chamar uma análise clássica, com três sessões semanais, passei a freqüentar também o Instituto de formação de analistas da Instituição de meu analista, o Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul, filiado ao Círculo Brasileiro de Psicanálise.

Em 1975, quando Presidente da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, conheci Roberto Harari e o convidei para dar uma conferência em um Congresso que estávamos organizando. Harari era Psicanalista e tinha sua prática na cidade de Buenos Aires, na Argentina. Foi estudando com ele que os conceitos psicanalíticos começaram a adquirir vigor e coerência para mim. Freqüentei seus seminários por cerca de 10 anos, época em que também o freqüentei, ora em Porto Alegre, ora em Buenos Aires, para fazer controle dos casos de análise que começava a ter. Traduzi para o português o primeiro livro que ele editou no Brasil, através da Ed. Artes Médicas, Discorrer a Psicanálise, em 1987.

Foi através de Roberto Harari que conheci Jacques Lacan e sua obra; na verdade primeiro a obra, depois o autor, em 1980 em Caracas. Ao final de sua vida, meu analista também começou a se interessar por Lacan mas, infelizmente, sua morte precoce impediu-o de levar adiante este projeto deixando também minha análise pessoal interrompida.

Em 1979, como o Círculo de Psicanálise não tolerava o estudo da obra de Lacan, deixei o Círculo e, junto com outros colegas, fundamos a Maiêutica Porto Alegre - Instituição Psicanalítica. A escolha do nome fora uma homenagem a Roberto Harari que fundara uma Maiêutica em Buenos Aires. Fui o presidente da instituição nos dez anos que aí estive; demití-me por não ver concordância na ética praticada com a concordância da maioria e a ética proposta pela psicanálise.

Na época em que me demiti da Maiêutica eu já havia retomado uma nova análise com um analista lacaniano, em Buenos Aires - Luis Erneta - viajando mensalmente por outros quatro anos.

Em 1989 fundei, junto com colegas que tomavam a ética da psicanálise do mesmo modo do que eu, quer dizer uma ética que respeitava ao significante, o Recorte de Psicanálise, instituição onde continuei meu trabalho até 2004, quando a mesma foi dissolvida.

Participei dos momentos fundadores da Reunião Lacanoamericana de Psicanálise, os quais resultaram na Reunião de Punta Del Leste, em 1986.

Participei também, como representante do Recorte, da fundação de Convergência, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana e também na redação de seus estatutos. No momento parecia que isto era o melhor a se fazer pela Psicanálise; a fragmentação das instituições parecia ser um entrave ao seu desenvolvimento. Hoje me parece que com isto se descurou um pouco o conceito de marginalidade também necessário para que a psicanálise possa funcionar de modo independente com relação às pressões sociais.

Ainda em 2004 participei da fundação da Biblioteca Sigmund Freud junto com Maristela Leivas e Maria da Glória Telles da Silva, onde seguimos com nosso trabalho institucional.

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