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Nasci em 1943, em Marcelino Ramos,
RS, graduei-me em Psicologia em 1967 e me dedico à Psicanálise
desde 1965, quando iniciei minha análise pessoal. No início
de minha carreira trabalhei muito com grupos e ensinei na Universidade
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Universidade
Federal do Rio Grande do Sul) até 1979 quando abandonei estas atividades
para dedicar-me exclusivamente à prática psicanalítica.
Antes, no início dos anos 70, fiz ainda um curso de mestrado em Psicologia
da Educação, o qual foi muito importante para mim no sentido
de ampliar meus horizontes e estabelecer mais claramente a diferença
entre o que é da ordem do comportamento do que é da ordem
do inconsciente.
Minha primeira análise,
com o Dr. Paulo Brandão, durou cerca de doze anos. Após uns
quatro anos do que se poderia chamar uma análise clássica,
com três sessões semanais, passei a freqüentar também
o Instituto de formação de analistas da Instituição
de meu analista, o Círculo Psicanalítico do Rio Grande do
Sul, filiado ao Círculo Brasileiro de Psicanálise.
Durante o curso de Mestrado, dei aulas de Psicologia do Desenvolvimento
para o Departamento de Estudos Básicos, da UFRGS, e, aí, em
1973, fui convidado a participar de uma reunião quando me foi entregue
um envelope contendo um carta, datada de 6 de setembro de 1973 e assinada
pela Profª Lygia Morandi dos Santos, anexada de cópias dos Documentos
recebidos pelo Departamento (DEBAS) desde a Comissão de Carreira
da Física (de onde provinham a maioria dos meus alunos), datada de
18 de agosto de 1973. A cópia estava assinada por Victoria
E. Hersocovitz, Coordenadodra da COMCAR FIS, nos seguintes termos:
Temos o prazer de comunicar a v.s. que recebemos
manifestação escrita de alunos do curso de licenciatura em
Física, elogiando o trabalho realizado pelo professor Luiz Olyntho
Telles da Silva junto a discilina EDU 102, no primeiro semestre do corrente
ano.
Queremos nos congratular com o referido professor e com esse Departamento
por esta atuação, que revela mais uma vez a produtividade das
relações entre o vosso Departamento e o curso de Física.
Presente, a
Prfª Isolda Paes disse ter ouvido muitas vezes os alunos pararem para
criticar algum professor. Para elogiar, aquela era a primeira vez.
Em 1975, quando Presidente da Sociedade
de Psicologia do Rio Grande do Sul, conheci Roberto Harari e o convidei
para dar uma conferência em um Congresso que estávamos organizando.
Harari era Psicanalista e tinha sua prática na cidade de Buenos
Aires, na Argentina. Foi estudando com ele que os conceitos psicanalíticos
começaram a adquirir vigor e coerência para mim. Freqüentei
seus seminários por cerca de 10 anos, época em que também
o freqüentei, ora em Porto Alegre, ora em Buenos Aires, para fazer
controle dos casos de análise que começava a ter. Traduzi
para o português o primeiro livro que ele editou no Brasil, através
da Ed. Artes Médicas, Discorrer a Psicanálise, em
1987.
Foi através de Roberto Harari
que conheci Jacques Lacan e sua obra; na verdade primeiro a obra, depois
o autor, em 1980 em Caracas. Ao final de sua vida, meu analista também
começou a se interessar por Lacan mas, infelizmente, sua morte
precoce impediu-o de levar adiante este projeto deixando também
minha análise pessoal interrompida.
Em 1979, como o Círculo
de Psicanálise não tolerava o estudo da obra de Lacan, deixei
o Círculo e, junto com outros colegas, fundamos a Maiêutica
Porto Alegre - Instituição Psicanalítica.
A escolha do nome fora uma homenagem a Roberto Harari que fundara uma Maiêutica
em Buenos Aires. Fui o presidente da instituição nos dez
anos que aí estive; demití-me por não ver concordância
na ética praticada com a concordância da maioria e a ética
proposta pela psicanálise.
Em 1979 fui escolhido Paraninfo da turma de Psicólogos formados
em 4 de agosto daquele ano.
Na época em que me demiti
da Maiêutica eu já havia retomado uma nova análise
com um analista lacaniano, em Buenos Aires – Luis Erneta – viajando mensalmente por outros
quatro anos.
Em 1989 fundei, junto com colegas
que tomavam a ética da psicanálise do mesmo modo que eu,
quer dizer, uma ética que respeitava ao significante, o Recorte
de Psicanálise, instituição onde continuei meu
trabalho até 2004, quando a mesma foi dissolvida.
Participei dos momentos fundadores
da Reunião Lacanoamericana de Psicanálise, os quais resultaram
na Reunião de Punta Del Leste, em 1986.
Participei também, como
representante do Recorte, na fundação de Convergência,
Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana e também
na redação de seus estatutos. No momento parecia que isto
era o melhor a se fazer pela Psicanálise; a fragmentação
das instituições parecia ser um entrave ao seu desenvolvimento.
Hoje me parece que com isto se descurou um pouco o conceito de marginalidade
também necessário para que a psicanálise possa funcionar
de modo independente com relação às pressões
sociais.
Tenho publicado diferentes títulos em livros e revistas, e apresentado
meus trabalhos, além de Porto Alegre, em Floranópolis, São
Paulo, Rio de Janeiro, Niteroi, Vitória e Recife, e também
em Buenos Aires, La Plata e Bahia Blanca (Arg.), Montevidéu e Punta
de Leste (Uruguai), Viña del Mar (Chile), New York, Barcelona, Paris,
Cannes e Ville de Grace (França).
Ainda em 2004 participei
da fundação da Biblioteca Sigmund Freud junto com Maristela
Leivas e Maria da Glória Telles da Silva, onde seguimos com nosso
trabalho institucional.
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